Teólogo Marcelo Barros discute o Jubileu de 2025, “Peregrinos de Esperança”, e propõe renovação da Igreja com foco na justiça social, cuidado com o planeta e diálogo inter-religioso.
Por Osnilda Lima | Cepast-CNBB
Em um artigo escrito para agentes da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Cepast-CNBB), o teólogo Marcelo Barros discute o Jubileu Ordinário de 2025, com o tema “Peregrinos de Esperança”, convocado pelo Papa Francisco. O Jubileu, um evento religioso que ocorre a cada 25 anos, pretende renovar a fé e o compromisso dos cristãos com a Igreja e com o mundo.
Barros destaca que o Papa Francisco tem provocado as Igrejas e o mundo com palavras-chave que pedem um novo passo na direção da renovação eclesial proposta pelo Concílio Vaticano II. Princípios como “Igreja dos pobres”, “misericórdia”, “Igreja em saída” e “sinodalidade” são enfatizados como critérios para que as comunidades cristãs voltem às fontes da fé e dialoguem com a humanidade a serviço da paz, da justiça e do cuidado com a Mãe-Terra e a vida.
O teólogo examina a história dos jubileus, desde sua instituição em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII, e como ela se relaciona com a renovação eclesial e os desafios urgentes da humanidade. Ele questiona a ênfase na indulgência plenária e no modelo de Igreja-Cristandade, que, segundo ele, deveria ter sido superado. Barros argumenta que a maioria dos agentes de pastorais sociais está preocupada em celebrar o Jubileu como um evento de comunhão de Igrejas locais, com uma nova eclesiologia e espiritualidade.
O autor também discute o conceito de esperança no contexto do Jubileu, diferenciando-o da passividade e do otimismo. Ele o descreve como um movimento de busca e uma tentativa de ganhar apoio e direção, avançando para o desconhecido e indo além do já existente. Barros enfatiza a importância de uma “espiritualidade do Jubileu” que promova a sinodalidade e a libertação da Mãe-Terra, das pessoas e dos povos.
O teólogo conclui seu artigo com uma lista de propostas para o mundo e para as Igrejas, incluindo a necessidade de a fé cristã ser profecia de um mundo novo, a importância da Ecologia Integral, a convocação de um fórum da humanidade por um mundo de paz, justiça e cuidado com a Mãe-Terra, e a valorização da autonomia e liberdade das Igrejas locais. Ele também destaca a necessidade de combater o racismo e a discriminação, e de aprofundar um novo modelo de relação entre a Igreja de Roma e as Igrejas locais.
O artigo de Marcelo Barros é um chamado à ação e à renovação da Igreja, convidando os cristãos a se tornarem “peregrinos da esperança” e a contribuírem para a construção de um mundo mais justo, fraterno e sustentável.
O artigo completo está disponível aqui
*Texto elaborado com ajuda da ferramenta IA