Coletivo vai produzir cartilha unificada e formação de multiplicadores. Plebiscito pauta fim da escala 6×1 e taxação dos mais ricos
Por redação | Jubileu Sul Brasil
Centenas de pessoas de todo o país participaram, na noite desta segunda-feira (28), do 1º Encontro Nacional de Mobilização do Plebiscito Popular 2025, em reunião virtual convocada pela Comissão Episcopal para Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Cepast/CNBB), Rede Jubileu Sul Brasil (JSB) e Articulação do Grito dos Excluídos/a.
O objetivo foi dialogar sobre o plebiscito e sobre como articular forças numa ação conjunta engajando lideranças eclesiais e populares das Pastorais Sociais, do Grito e das organizações membro do Jubileu Brasil. A proposta é que a coleta de votos ocorra na Semana da Pátria, de 1º a 7 de setembro, no ensejo da mobilização do Grito dos Excluídos/as.
Lançado no último 10 de abril por um coletivo de movimentos populares, sindicatos e centrais sindicais, entidades e organizações da sociedade civil, o Plebiscito Popular 2025 vai consultar a população sobre temas que estão entre os mais relevantes na atualidade: a redução da jornada de trabalho sem redução de salário; o fim da escala 6×1; a taxação dos mais ricos, que ganham acima de R$ 50 mil, e isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Na abertura do encontro virtual, o padre Dário Bossi, assessor da Cepast, contextualizou a discussão do plebiscito, destacando a importância da democracia participativa e direta na busca por novas formas de exercício do poder popular e a relação entre democracia e os direitos das pessoas mais excluídas. Ele recordou a proposta de plebiscito sobre as reformas políticas debatido durante a 6ª Semana Social Brasileira (SSB), além de pautas citadas pelo Papa Francisco que têm direcionado as lutas populares: o direito à terra, teto e trabalho.
A economista e educadora popular Sandra Quintela, da coordenação da Rede JSB, reforçou a relevância do trabalho de base para engajar a população e impulsionar a consulta, e fez um resgate histórico de plebiscitos realizados anteriormente no Brasil, que alcançaram milhares de pessoas.
Entre os exemplos estão o Plebiscito sobre a dívida pública, no ano 2000, com cerca de seis milhões de votos; o Plebiscito da Alca e sobre o uso da Base de Alcântara (MA) por militares estadunidenses, que teve 10 milhões de votos; o plebiscito por uma Constituinte exclusiva para reforma política, com 7,5 milhões de votos.
