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Em artigo para o 14º Muticom,  Padre Dário Bossi aponta a urgência de ações contra o colapso ambiental e destaca o papel fundamental da Igreja nesse processo

 

 

Por Cláudia Pereira | Cepast-CNBB

 

Em artigo  para o 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom),  Padre Dário Bossi, assessor da Comissão Sociotransformadora e da Comissão para Ecologia Integral e Mineração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ressalta que a humanidade nunca esteve tão perto de um ponto de ruptura em sua relação com o planeta. Ele também faz um apelo na construção de narrativas defesa e promoção integral da vida. Segundo o religioso, a atividade humana se tornou tão impactante nos últimos 150 anos que a ciência já denomina a atual era como Antropoceno.
Intitulado como  A Igreja, a ciência e a sabedoria dos povos pela Ecologia Integralo artigo, escrito pelo padre Dário para o evento de comunicação, menciona o Relógio do Apocalipse, que mede o risco de destruição da vida, e destaca que a humanidade nunca esteve tão próxima da meia-noite como nos últimos dois anos. O Papa Francisco, na exortação apostólica Laudate Deum, também expressa essa preocupação, ressaltando o poder  da humanidade sobre si mesma e o mundo.
Unindo forças e saberes
A resposta a esse cenário dramático, o Padre Dário, reforça  a convergência de saberes. Pela primeira vez, a Campanha da Fraternidade de 2025 incorporará a contribuição da Bíblia, do magistério da Igreja, da ciência e da sabedoria ancestral dos povos. Essa abordagem reflete o princípio da Ecologia Integral da encíclica Laudato Si’, que afirma que tudo está interligado no planeta.
O texto também aponta a sabedoria dos povos indígenas como uma fonte essencial de conhecimento para o cuidado com a “Casa Comum”. O assessor da CNBB cita o líder indígena Ailton Krenak para ilustrar o contraste entre a humanidade “descolada” da terra e os povos que vivem em profunda conexão com ela.

 

Ações propostas
O artigo defende que a Igreja deve superar o antropocentrismo e assumir a missão de reconciliação com o mundo. Algumas das prioridades sugeridas incluem:
  • Combate ao negacionismo prático: ações contra a inércia de quem reconhece a crise, mas não age.
  • Coragem profética: apontar e combater as causas do colapso ambiental, como o agronegócio, o desmatamento e a mineração predatória.
  • Ética do limite: propor a sobriedade em oposição ao consumismo.
  • Opção pelos pobres: reconhecer que as propostas alternativas surgirão dos povos mais vulneráveis.
Como exemplo de caminhos e compreensão, o texto destaca a vitória do grupo Yasunidos no Equador. Após 16 anos de luta, eles conseguiram que a maioria da população votasse para manter o petróleo debaixo do solo no Parque Nacional de Yasuní, uma das regiões mais biodiversas do mundo e lar de povos indígenas isolados.
O padre conclui que a Igreja é chamada a atuar “de dentro e de baixo”, apoiando a organização das comunidades e promovendo um “multilateralismo dos pequenos”. Além disso, ele enfatiza a necessidade de uma comunicação que transmita esperança e conecte as ações cotidianas com as urgentes mudanças sistêmicas.
Para aprofundar a leitura sobre o assunto, o texto na íntegra está disponível AQUI.