Dom José Altevir, em recente conferência em Pittsburgh na Pensilvânia nos Estados Unidos, sobre as Mudanças Climáticas e suas consequências globais, destacou a relação crítica entre as mudanças climáticas e a Amazônia
Por Cláudia Pereira|Cepast-CNBB
Em sua participação na conferência sobre “Mudanças Climáticas e suas Consequências Globais” realizada (25) na Universidade de Duquesne em Pittsburgh nos Estados Unidos, Dom José Altevir da Silva, bispo da Prelazia de Tefé, (AM), abordou as mudanças climáticas e seus impactos na Amazônia. Dom Altevir, destacou a importância da floresta amazônica e o seu papel fundamental no equilíbrio climático do planeta, influenciando o clima não apenas na América do Sul, mas em todo o mundo.
A conferência debateu os principais desafios enfrentados pela região amazônica, incluindo o desmatamento e seus impactos. Dom Altevir falou sobre a seca devastadora dos últimos anos na região norte do Brasil e como um exemplo alarmante, e citou os grandes impactos na vida das populações ribeirinhas, nos territórios, a diminuição das espécies de pescados e outros seres vivos que coloca em risco a permanência dos povos originários em seus habitats.
Em seu artigo apresentado na conferência o bispo de Tefé (AM), cita o estudo da World Weather Attribution que revela influência das mudanças climáticas causadas pelo homem intensificaram a seca de 2023 na Amazônia, levando a níveis recordes de água baixos, mortes em massa de vida aquática e incêndios florestais generalizados.

O artigo de dom José Altevir, denuncia o desmatamento que surge também como um dos principais fatores que contribuem para as mudanças climáticas na Amazônia, juntamente com a grilagem de terras, a mineração ilegal, os grandes projetos hidroelétricos e a extração ilegal de madeira. A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, abriga uma biodiversidade extraordinária e fornece serviços ecossistêmicos cruciais, incluindo a regulação da água, o armazenamento de carbono e a estabilização do clima. A floresta armazena cerca de 150-200 bilhões de toneladas métricas de carbono, tornando-a um dos maiores sumidouros de carbono do planeta.
Em sua apresentação, destaque também para as consequências drásticas das causas estruturais das mudanças climáticas na Amazônia, incluindo o extermínio e genocídio dos povos originários, a perseguição e assassinato de lideranças populares e religiosos/as, o trabalho degradante e análogo à escravidão, a contaminação do solo, das águas e das pessoas, e a precarização da vida.
A exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas, em particular, foi criticada devido aos potenciais impactos negativos no ecossistema e nas comunidades locais. A região abriga manguezais, além de bancos de corais de grande importância biológica. A exploração de petróleo na Foz do Amazonas ameaça, com riscos de poluição, destruição de habitats, impactos nas comunidades indígenas e contribuição para as mudanças climáticas.
Dom José citou o Papa Francisco e o Vaticano que têm desempenhado um papel importante na defesa da preservação da Amazônia, enfatizando a interconexão entre justiça ambiental e social e a responsabilidade da humanidade em proteger este ecossistema crucial.
A participação de Dom José Altevir fortaleceu o grito de socorro com um apelo à ação urgente e coletiva para preservar a Amazônia, enfatizando a importância deste bioma para o futuro da humanidade.
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A AMAZÔNIA NO EPICENTRO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: UM ALERTA GLOBAL PARA O CUIDADO COM A CRIAÇÃO
