Nunca se falou tanto sobre ecologia como em nosso tempo. Apesar de ser tema de inúmeras conversas, debates e estar no centro das atenções de muitos, ela está mais ameaçada do que nunca, correndo grandes riscos devido à precariedade de sistemas institucionais aparentemente democráticos, cujo preço é pago pelo sofrimento do povo, especialmente dos mais pobres, frágeis e periféricos.
Uma das realidades que mais preocupam a ecologia integral – onde tudo está interligado – é a política, a ecologia do bem comum, ameaçada por personalismos narcisistas e fundamentalismos que tendem a desconfigurar sua própria essência, aproveitando-se de uma onda de populismo que coloca em perigo sua sobrevivência no presente e no futuro da humanidade.
Os graves conflitos que atravessam a humanidade e a sociedade como um todo são a expressão mais evidente de uma realidade complexa, que constitui o grande desafio do nosso tempo – um tempo que perdeu as raízes do passado e corre o risco de não ter espaço para o futuro e para a vida das novas gerações. Os elementos dessa hecatombe anunciada incluem um sistema econômico predatório e mortal, bem como a idolatria do tecnicismo, apresentado como alternativa ao próprio ser humano.
Diante desse panorama sombrio, a tentação é ceder ao desespero, refugiar-se em um saudosismo por um passado que não volta mais – um desgaste psicofísico e emocional que leva à depressão e à morte social, alimentada por fundamentalismos de diversas naturezas. No entanto, mesmo em meio a essa turbulência, ainda existem vozes sábias e proféticas que nos convidam a cultivar a esperança, uma virtude à qual todos somos chamados a testemunhar e promover.
Entre essas vozes, está a de Francisco, que, apesar de sua idade avançada, nos anima a enxergar a beleza do universo que constitui a Casa Comum e a continuar esperançando, com o olhar de quem sabe reconhecer, em meio ao caos presente, os sinais de uma nova humanidade baseada na fraternidade e na amizade social. Que essa chama e esse fogo continuem iluminando e aquecendo nossas vidas, no presente e no futuro.

Este artigo foi editorial da Rede de Notícias da Amazônia em 06 de fevereiro de 2025. 

  

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