Estamos vivendo o tempo da criação, momento em que somos convidados a tomar consciência dos fatores que afetam o universo, impulsionados pela ganância e pelo tecnicismo — este último, transformado no déspota do qual, aparentemente, dependem o tempo, a história, o presente e o futuro.
A natureza, em suas diversas manifestações — muitas vezes incontroláveis — tem nos alertado, por meio de sinais cada vez mais evidentes, que não somos os únicos habitantes do planeta Terra. Somos apenas um pequeno ponto em meio às inúmeras galáxias que compõem o sistema de um universo sobre o qual pouco ou nada conhecemos.
O fato é que, diferentemente dos demais seres, carregamos em nós o DNA do Criador. Somos originais e verdadeiros. Toda tecnologia, mesmo a mais avançada, é sempre “artificial”: um derivado da inteligência humana, à qual está subordinada e a serviço — seja para o bem, seja para o mal.
Apesar disso, não podemos — e não devemos — esquecer que temos limites. A própria natureza possui leis que não podem ser negadas nem ignoradas, como fazem certos grupos que, mesmo diante das evidências, persistem em um negacionismo cego da ciência. Esta, por sua vez, alerta com clareza sobre uma Terra doente, com febre crescente provocada pelo aquecimento global — tema da COP 30, que será realizada em Belém do Pará, em novembro deste ano. Infelizmente, esse evento tem sido ignorado e esnobado pelos grandes da Terra, cujos países continuam poluindo e prejudicando a maioria dos pequenos, dos pobres, comprometendo seu presente, seu futuro e suas vidas.
Mesmo diante do descaso institucional e governamental, o que alimenta nossa esperança é a ousadia e a teimosia de movimentos, organizações e povos originários que, apesar de muitas vezes criminalizados e rotulados como baderneiros, continuam ocupando ruas e espaços, lembrando que todos nós somos Terra — parte dela — e que somente cuidando dela, de nossa mãe geradora, teremos presente e futuro.
Este artigo foi editorial da Rede de Notícias da Amazônia em 23 de setembro de 2025