“A esperança vem acompanhada de uma ação teimosa na busca da Liberdade”

 

Por Cláudia Pereira | Cepast-CNBB

 

Em um encontro virtual na noite de (17), mais de 30 representantes das Pastorais Sociais e organismos que compõe a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reafirmaram seu compromisso com a missão de 2025,  na construção do Bem Viver dos Povos. O momento orante, foi marcado  de partilha e sinais e esperança que fortaleceu o ânimo para enfrentar os desafios e impulsionar ações pastorais ainda mais efetivas e proféticas. O encontro teve início com o Ofício das Comunidades, ressaltando a importância da missão com o povo e em mutirão.
Dom José Valdeci Santos Mendes, presidente da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora (Cepast-CNBB), iniciou o momento orante com uma reflexão sobre o Natal como tempo de redenção e união, lembrando a escolha de Deus pelos simples e pobres. “Nós somos um corpo, nós como pastorais sociais formamos um corpo, formamos uma família e não somente nós, mas também todas as pessoas que nós acompanhamos. Este momento para nós é de alegria pela união porque somos uma família que estamos nos preparando para o Natal que é a confraternização de Deus”, enfatizou Dom Valdeci.

 

 

“Partilho a importância da evangelização e do acolhimento dos surdos na igreja e a necessidade de comunicação entre surdos e seus familiares”

 

Alessandra Miranda, assessora da Cepast-CNBB, conduziu a dinâmica propondo a reflexão sobre a identidade e as vivências dos participantes e pastorais com a pergunta: “Quem somos e o que estamos trazendo?”. A pergunta geradora proporcionou boas partilhas de várias pastorais.
Irmã Petra Pfaller, coordenadora nacional da Pastoral Carcerária, compartilhou um momento marcante: “Nesta tarde, nós da Pastoral Carcerária acompanhamos um conflito na prisão em que as mulheres reivindicam o direito de passar o Natal com seus familiares”. Ivone Perassa, coordenadora nacional da Pastoral do Povo de Rua, trouxe a dura realidade das mães em situação de rua que têm seus bebês retirados e institucionalizados devido à pobreza.
Maria Ozania, do Serviço Pastoral do Migrante, relatou as dificuldades enfrentadas pelos migrantes e o trabalho das equipes que atuam em 19 estados brasileiros, e lembrou que no próximo ano a pastoral celebra 40 anos de  existência Marcelo Santana, intérprete de libras, destacou a importância da Pastoral dos Surdos e a necessidade de inclusão e reconhecimento da diversidade linguística para a Igreja. “Partilho a importância da evangelização e do acolhimento dos surdos na igreja e a necessidade de comunicação entre surdos e seus familiares. E que a igreja reconheça a diversidade linguística e promova a inclusão. Todos somos humanos e que os surdos não podem ser estrangeiros dentro do seu país, afirmou Santana.
Maria da Graça, da Pastoral da Criança, conduziu um momento meditativo sobre o Advento, convidando a uma reflexão sobre a história e a misericórdia de Deus. Os participantes acenderam velas, mantendo-as acesas durante a oração. Após a leitura do Evangelho de Lucas sobre o Anúncio da Boa Nova, Alessandra propôs a reflexão: “Que sinais de paz e esperança estamos cultivando no caminho?”.

 

 

 

 

“Todas as pastorais formam um só corpo que promove mudança e resistência nas comunidades”.
Dom Frei Severino Clasen, presidente da Pastoral da Criança, enfatizou a importância do senso de comunhão e do compromisso com a justiça para os mais pobres. Padre Dário Bossi, assessor da Cepast-CNBB, expressou gratidão, solidariedade e reconhecimento pelo trabalho das pastorais. “Temos motivos de ação de graça e este momento é de gratidão pelas ações e compromissos das pastorais. Todas as pastorais formam um só corpo que promove mudança e resistência nas comunidades. Destaco as conquistas como a aprovação da Política Nacional de Economia Solidária. Todos nós somos formiguinhas que participam de um movimento coletivo de conversão, de mudança que podemos chamar de sínodo. Tudo isso é sinal de esperança, são  sinais de vida que provêm das comunidades e de pessoas que servem, especialmente aquelas em situações vulneráveis.  Sinal de fé, compromisso”, ressaltou padre Dário.

 

“Paz é ter os direitos dos povos reconhecidos. Paz é viver com liberdade”.

 

Encerrando o encontro, Dom José Valdeci reforçou a mensagem central que somos cidadãos e cidadãs da Esperança: “A esperança vem acompanhada de uma ação teimosa na busca da Liberdade”. Ele ressaltou a importância da esperança pascal, baseada na fidelidade e no amor de Cristo, e o compromisso de lutar pela dignidade e justiça social. Citando Dom Pedro Casaldáliga e o Papa Francisco, Dom Valdeci enfatizou a necessidade de ações concretas em favor dos pobres e da construção do Bem Viver dos Povos, mencionando exemplos de lutas e lideranças populares do estado do Maranhão. “Paz é ter os direitos dos povos reconhecidos. Paz é viver com liberdade. Como dizia Dom Pedro Casaldáliga sobre a razão de nossa esperança, que deve ser traduzido em atitudes práticas e atos diários, pessoais e comunitários, na família e no trabalho, na oração e na política, na luta e na festa”, concluiu Dom Valdeci.
O encontro se encerrou com a música Anunciação de Alceu Valença, celebrando a união e o compromisso das Pastorais Sociais.