Alunos expressam a compreensão sobre o tema em cor e desenhos. Foto: Rede Um Grito Pela Vida

Ação da Rede Um Grito Pela Vida e o Regional Norte 1 da CNBB, utiliza a realidade de alunos da rede de educação  municipal para conscientizar sobre tráfico de pessoas

 

Por Cláudia Pereira | Cepast-CNBB

 

A Rede Um Grito Pela Vida e o Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveram, no início de outubro, uma nova etapa da ação permanente de prevenção ao tráfico de pessoas em escolas públicas de Manaus (AM). A iniciativa foi realizada nas escolas municipais Anna Raymunda de Mattos Pereira Gadelha e Eunice Serrano, envolvendo cerca de 100 estudantes do primeiro ano do ensino médio.
A ação utiliza uma metodologia focada na “desconstrução das violências”. Em vez de abordar o tráfico pessoas de forma isolada, as rodas de conversa incentivam os alunos a identificar as diversas formas de violência presentes em seu cotidiano. A partir dos relatos dos próprios alunos, são discutidos temas como abuso, relacionamentos abusivos e a exploração de crianças e adolescentes para fins sexuais e de trabalho escravo.
“A estratégia permite que o diálogo seja mais eficaz, pois se conecta diretamente com a realidade e as preocupações dos adolescentes”, reforça a irmã Rose Bertoldo, da secretaria do Regional Norte 1 e integrante da Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (CEETH-CNBB).
Uma das ferramentas utilizadas é o caderno “Nas Trilhas do Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas”, material produzido pela CEETH, que subsidia a discussão e orienta sobre os direitos e a defesa de jovens em situações de risco. Os encontros também incluem orientações sobre o trabalho na condição de menor aprendiz a partir dos 14 anos.

 

Foto: Rede Um Grito Pela Vida
O enfrentamento ao tráfico de pessoas é uma das causas prioritárias do Regional Norte 1 da CNBB, que conta com o apoio dos bispos  para fortalecer ações de prevenção em comunidades vulneráveis. O trabalho em Manaus é articulado pela Rede Um Grito Pela Vida, organização parceira da CEETH, e integra um esforço nacional de conscientização sobre um crime que vitimiza principalmente  crianças e mulheres.
Na escola Anna Raymunda de Mattos Pereira Gadelha, a professora de Ensino Religioso e História, Elizaregia Reis de Castro, já desenvolve atividades sobre o tema. Segundo ela, campanhas como o “Setembro Amarelo” se tornaram momentos oportunos para engajar a comunidade escolar e abordar a prevenção ao abuso e à exploração.
Ao final das rodas de conversa, os alunos usaram a criatividade com lápis de cor e cartolinas para expressar sua compreensão sobre os debates. As atividades foram guiadas pelo caderno, que está disponível em formato digital (português e espanhol) e foi criado para fortalecer os processos formativos das pastorais, movimentos e a sociedade civil a partir da metodologia “Ver, Avaliar e Agir”.
O Caderno “Nas Trilhas do Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas”, produzido pela CEETH, está disponível gratuitamente para consulta e download na biblioteca digital da comissão.
 
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Foto: Rede Um Grito Pela Vida