Em mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, pontífice afirma que a destruição da natureza atinge principalmente os mais pobres e marginalizados
Por Cláudia Pereira | Cepast-CNBB
A mensagem divulgada nesta segunda-feira, 01 de setembro, o Papa Leão XIV convoca os fiéis e todas as pessoas comprometidas com a vida a realizarem ações concretas para combater a crise ambiental e as injustiças sociais, as quais ele descreveu como feridas interligadas que afligem o planeta. O pronunciamento marca o 10º Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, celebrado em meio ao ano do Jubileu, sob o tema “Sementes de Paz e Esperança”, escolhido pelo, o Papa Francisco.
Partindo da metáfora da semente, o Papa Leão XIV afirmou que, assim como as sementes, os cristãos são chamados a gerar vida e futuro, mesmo em meio a cenários desoladores. Ele denunciou o atual estado do planeta: “Em várias partes do mundo, já é evidente que a nossa terra está a cair na ruína”.
“Esvaziar a justiça e a paz significa atingir principalmente os mais pobres, os marginalizados, os excluídos”
O pontífice, cita a injustiça, a violação do direito internacional e dos direitos dos povos, a desigualdade e a ganância, como causas diretas do desmatamento, da poluição e da perda da biodiversidade. Ele também destacou que os fenômenos climáticos extremos, gerados pelas crise climática provocada pelo homem, estão aumentando em frequência e intensidade.
Degradação e a injustiça socioambiental
A mensagem do Papa estabelece uma conexão direta entre a degradação ecológica e o sofrimento humano, alertando para a falta de consciência de que a destruição da natureza não afeta a todos de maneira igual. “Esvaziar a justiça e a paz significa atingir principalmente os mais pobres, os marginalizados, os excluídos”, escreveu o Papa, citando o sofrimento das comunidades indígenas como “emblemático”.
Leão XIV criticou a exploração dos recursos naturais, que transforma a criação em um campo de batalha pelo controle dos recursos vitais da natureza. Ele mencionou como exemplos, o setor agrícola, a mineração em descontrole, a política de terras e os conflitos em volta das fontes de água. Para o Papa, essas feridas devem-se ao pecado e não correspondem ao plano de Deus, que convidou a humanidade a cultivar e guardar o jardim do mundo, numa relação de reciprocidade e responsabilidade.
O documento afirma que a justiça ambiental não é mais um conceito abstrato, mas uma necessidade urgente de caráter social, econômico e antropológico. Para os cristãos, cuidar da criação é uma “exigência teológica” e um aspecto central da experiência de fé, e não algo opcional ou secundário. Ele mencionou o projeto “Borgo Laudato si”, em Castel Gandolfo, uma herança do Papa Francisco destinada a ser um modelo de educação para a ecologia integral.
Leia a mensagem do Papa Leão XIV na íntegra Aqui