Foto: Rede Um Grito pela Vida
Encontro promovido pela Rede Um Grito Pela Vida reuniu participantes para discutir estratégias de combate, com foco na exploração sexual de mulheres e crianças e no aliciamento virtual

 

Por Cláudia Pereira | Cepast-CNBB

 

O Núcleo de São Paulo da Rede Um Grito Pela Vida promoveu, no último sábado, 30 de agosto, um seminário para aprofundar o debate sobre o IV Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. O evento, realizado no Regional da  Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB-SP), teve como foco a exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças, e reuniu mais de 30 participantes, reforçando o compromisso coletivo no combate a essa grave violação dos direitos humanos.
O encontro contou com a assessoria de Graziella Rocha, doutora em Política Social e diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude (Asbrad). Com mais de 15 anos de experiência na formulação de políticas públicas sobre o tema, Graziella apresentou detalhes e estratégias do plano nacional, oferecendo um panorama sobre as diretrizes atuais para o combate ao tráfico de pessoas no país.
Para ampliar a temática deste mês que o Dia Mundial Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, celebrado em 23 de setembro, o seminário deu ênfase a essa modalidade do crime, abordando também o aliciamento e a pornografia virtual. A Irmã Eurides Alves de Oliveira, ICM, mestre em Ciências Sociais e integrante do Núcleo da Rede Um Grito Pela Vida de São Paulo, conduziu a reflexão sobre a data, apresentando elementos para a mobilização social.
A Rede Um Grito Pela Vida e Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude (Asbrad) integram a Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CEETH-CNBB). São organizações parceiras que trabalham com essa temática em todo o país, buscando não apenas enfrentar essa violência, mas também compreender e mobilizar  e sensibilizar a sociedade sobre o tráfico de pessoas.

 

“São Paulo é uma metrópole onde todas as formas de tráfico de pessoas estão presentes, mas, infelizmente, o tema segue invisível”

 

No encontro os participantes puderam compreender mais sobre o o debate sobre o IV Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Foto: Rede Um Grito Pela Vida.
O objetivo do evento foi fortalecer a atuação da rede em São Paulo e sensibilizar a sociedade civil e a Igreja para a causa. “São Paulo é uma metrópole onde todas as formas de tráfico de pessoas estão presentes, mas, infelizmente, o tema segue invisível”, destacou Irmã Eurides. “O seminário foi um momento forte de sensibilização, formação e esperança para ampliar nosso grupo e essa luta na cidade”, concluiu a religiosa.
Durante o encontro, foi ressaltada a importância de tratar o tráfico de pessoas como uma questão sistêmica, conectada a outras vulnerabilidades sociais. Os participantes foram incentivados a apoiar movimentos como o Grito dos Excluídos e a assinar o plebiscito popular como forma de erradicar as múltiplas causas que alimentam o tráfico.
O público diverso, composto por moradores da capital, da Grande São Paulo e da região metropolitana, enriqueceu os debates. Entre os presentes estavam participantes e religiosos de nacionalidades como Nigéria e Angola, lideranças da Pastoral do Migrante e da Pastoral Carcerária, representantes de outras pastorais sociais, leigos engajados, incluindo professor da PUC e leigas que atuam com as nas periferias.
A realização de oficinas permitiram que os participantes compartilhassem experiências e firmassem compromissos para realizar pequenas ações de conscientização em suas comunidades ao longo de setembro. Além disso, foi apresentada e distribuído o Caderno formativos Na Trilha do Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas para auxiliar na multiplicação das informações, evidenciando a capilaridade e o engajamento da rede.

 

Participantes participaram de oficina sobre o tema. Foto: Rede Um Grito Pela Vida