A estiagem que assola a Amazônia em 2024 atingiu proporções alarmantes, transformando os rios em meros filetes de água e impactando a vida de quase 800 mil pessoas, dentre elas, 420 mil crianças, segundo relatório do Unicef. A crise, que se estende desde 2023, castiga principalmente Brasil, Colômbia e Peru, com consequências devastadoras para a saúde, educação e segurança das populações ribeirinhas.
O fechamento de 1.700 escolas e 760 centros de saúde ilustra o colapso dos serviços essenciais. A escassez de água potável aumenta a incidência de doenças e agrava a vulnerabilidade de meninas, que percorrem longas distâncias em busca de água, tornando-se alvos fáceis para a violência. A fome também se alastra, com a pesca – principal fonte de alimento para muitas comunidades – praticamente inviabilizada pela seca.
É inaceitável que, em pleno século XXI, crianças morram por falta de água e acesso à saúde. A crise na Amazônia é um grito de socorro que ecoa em meio à COP29, clamando por ações urgentes e eficazes.
A COP29 deve traduzir-se em compromissos concretos. É preciso garantir financiamento para adaptação às mudanças climáticas, mitigação de perdas e danos, e fortalecimento da resiliência das comunidades afetadas. A participação de crianças e jovens nas discussões sobre o clima é fundamental, pois são eles os herdeiros de um planeta em crise.
A Amazônia seca é um espelho da inércia global diante da emergência climática. Que a COP29 e a COP30, que será realizada no Brasil em 2025, marquem um ponto de inflexão na luta por um presente sustentável e justo para todos, especialmente para as crianças, as maiores vítimas da crise ambiental.
A Igreja Católica, inspirada pela encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, tem assumido um compromisso crescente na questão da emergência climática. Reconhecendo a interconexão de toda a criação e a responsabilidade humana na crise ambiental, a Igreja tem se dedicado a promover a conscientização sobre a urgência da situação, mediante declarações, documentos e ações concretas. Ela defende a necessidade de uma conversão ecológica, que implica em mudanças de estilo de vida, adoção de práticas sustentáveis e a busca por justiça social, especialmente para com os mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. A Igreja também tem se engajado em diálogos inter-religiosos e iniciativas ecumênicas, buscando uma resposta global e conjunta à crise climática.
A crise climática é um chamado à ação para cada um de nós. Inspirados pelo Evangelho e pela Laudato Si’, somos convocados a cultivar um estilo de vida que respeite a criação, promovendo a justiça social e o cuidado com a Casa Comum.
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