Delírio ou realpolitik, a geopolítica climática começou

 

Por Roberto Malvezzi (Gogó)

 

Trump não está apenas vociferando ou jogando uma cortina de fumaça sobre os reais problemas dos Estados Unidos ao revelar suas pretensões de anexar novos territórios aos Estados Unidos.  Ao contrário, diante da previsão científica que o aquecimento global nos levará a um planeta cada vez mais hostil, onde a vida só será possível nas suas extremidades, o anúncio de anexar o Canadá e se apropriar da Groelândia é coerente e visa o futuro.
Antes de Trump, a União Europeia já cobiçava as terras russas da Sibéria. A Rússia é grande demais, só a Sibéria tem 13 milhões de Km2, rica demais, com espaços a serem ocupados caso o degelo siberiano continue. Enfim, a Europa também cobiça as regiões hoje hostis ao ser humano, mas que poderão ser as únicas habitáveis no futuro. A guerra no território ucraniano revela essa disputa por regiões estratégicas do planeta. Porém, o território russo até hoje foi inexpugnável, Napoleão perdeu para os russos em 1812 e Hitler perdeu para os soviéticos na batalha de Stalingrado, em 1943. A intenção de fragmentar o território russo nunca teve sucesso entre seus pretendentes.
No caso canadense, há ainda o detalhe de unificar o território dos Estados Unidos com o Alaska. Hoje o Canadá é um entrave no meio do caminho. Anexando o Canadá, estará automaticamente integrando o Alaska e apenas a alguns quilômetros da Groelândia. É só observar o mapa da América do Norte e lá na ponta esquerda do Canadá está o Alaska e na ponta direita está a Groelândia. Ocupando o Canadá, basta aos ianques atravessar o Kennedy Channel (Canal de Kennedy), que tem entre 24 e 32 Km de largura, e a Groelândia será dos Estados Unidos.
Essa estratégia revela que os negacionistas têm o pleno conhecimento do Aquecimento Global e de suas consequências. Quando constroem seus bunkers bilionários, quando visam dominar territórios que nunca lhes pertenceu, revelam que sabem exatamente as consequências funestas de um modelo civilizatório que levará ao abismo grande parte do planeta e da própria humanidade. Esses territórios são vistos como a Arca de Noé do futuro e pessoas como Trump se veem como os sobreviventes do apocalipse climático, como os novos descendentes de Noé, e que perpetuarão a espécie humana na face da Terra.

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