É crucial, necessário e urgente reconhecer e abordar o impacto devastador do abuso, tanto a curto quanto a longo prazo, na vida de crianças e adolescentes. O abuso silencia as vítimas que passam anos, às vezes uma vida inteira sentindo-se culpadas quando na realidade são vítimas e sobreviventes. O abuso nunca é culpa da vítima, e é fundamental romper o silêncio e buscar o apoio necessário para se recuperar do trauma.
De acordo com fatos, na vida adulta, a criança que foi abusada tende a desenvolver várias sequelas como dificuldades na vida afetiva e sexual, desenvolvimento de disfunções sexuais, ideação suicida, dificuldade na vida parental, busca de companheiros(as) inadequados(as), síndrome do pânico, ansiedade, depressão, isolamento social…
É essencial haver uma conscientização e um esforço coletivo para combater essa violência e proteger crianças e adolescente. Isso envolve políticas públicas eficazes, campanhas educativas, capacitação de profissionais para identificar e lidar com casos de violência, e um ambiente que encoraje as vítimas a denunciarem. Além disso, é fundamental haver um apoio integral às vítimas, oferecendo suporte emocional, acesso a serviços de saúde e assistência jurídica. É preciso que as vítimas saibam que não estão sozinhas.
Todos nós temos um papel a desempenhar na erradicação da violência, na proteção e construção de um mundo mais seguro e igualitário para todas as crianças.
Organizações não-governamentais e instituições de proteção à infância, desempenham um papel crucial ao fornecer acolhimento, assistência psicológica e jurídica às vítimas. É igualmente vital que a justiça seja célere e rigorosa na punição dos agressores, garantindo que esses crimes não fiquem impunes. E, sobretudo, credibilizando as denúncias das vítimas.
Para além das medidas legais e institucionais, é necessário potencializar a promoção de uma cultura de respeito e igualdade de gênero desde cedo, educando as crianças sobre seus direitos e incentivando relações saudáveis e respeitosas. Somente mediante um esforço coletivo e contínuo poderemos construir uma sociedade mais segura e justa para todas as crianças e adolescentes.
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Texto veiculado na Rede Aparecida de Rádio e Signis Brasil, no dia 5 de julho de 2024.